Marlon muebeitoa yu ajue beisie.

Marlon muebeitoa yu ajue beisie.
Let's learn a foreign language!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Para refletir ainda mais

Relacionamento Redigido

Escrever…bom, escrever é bem legal (“escrever é paidégua, mano!”, assim como diria um bom paraense do norte, com um “s” bem chiado tal qual o carioca). Durante minha vida escolar, sempre tive boas experiências com o produzir textos.

Não tenho muitas recordações acerca do que eu escrevi nas séries anteriores à quarta série (somente me lembro das benditas narrações sobre “minhas férias”…), mas a partir desta série me lembro bem das minhas duas modalidades preferidas: narração e poema. Cada vez que a professora entrava na sala, expunha algo e, finalmente, dizia-nos para que redigíssemos algo cujo tema era livre, sentia-me como se tivesse feito um gol ou alçado voo.

Liberdade para argumentar sempre apreciei (acho que eu sempre tive um pouco da ideologia romântica condoreira e da modernista de 22 correndo nas veias…). Quando prontos meus textos, eu os entregava e ficava na expectativa de que a professora logo os corrigisse, que fossem os primeiros. Eu constantemente procurava de forma natural e (entenda bem: não era a intensão) meus textos acabavam por serem freqüentemente elogiados, expostos, lidos em voz alta. É certo que eu ficava um pouco envergonhado pois era tímido (digo “era” pois hoje não o sou mais), mas um versículo bíblico já nos revela: “Dê honra a quem merece honra (…)”.

Apesar de eu sempre ter tido um pouco de dificuldade com dissertações, nunca desanimava quando era-me apresentada proposta de produção de uma destas ditas-cujas. É como já se diz, para que seja possível escrever-se melhor, é preciso escrever – e por isso eu o faço com prazer, redigindo uma ótima relação!

Aja para que Haja!


É tão engraçado que se pararmos para observar, perceberemos como agimos irracional e involuntariamente em relação à língua. Fatos muito claros, evidentes para os estudiosos de uma certa língua, são por vezes despercebidos pelo falante da língua em questão.

Digo isso porque, a partir de um certo momento, comecei a ter reflexões que antes não tinha sobre o português. Comecei a vê-lo de uma forma totalmente diferente – e não mais consigo observar a língua portuguesa da mesma forma que antes.

Tal mudança passou-se quando eu estava lendo um texto de fonologia portuguesa e lembro claramente as seguintes considerações: “todo ‘o’ e ‘e’ finais e átonos transformam-se respectivamente em ‘u’ e ‘i’ na fala, assim como ‘a’ vira ‘a semiaberto”. Foi algo, pode até parecer tolice, impactante para mim. Eu não pensava sobre isso, não concluía isso, apenas falava, via um texto e o lia, mas de forma linguisticamente “irracional” quanto à pronúncia. O texto referido também comentava sobre a tendência de geralmente nasalizarmos vogais seguidas por “m” e “n” e sobre pronunciarmos as terminações “-ém” e “-om” como /ẽj/ e /õw/.

A partir daí comecei até mesmo a ouvir o português de uma forma diferente (simplesmente, não mais consigo ouvir algo e entender sem simultaneamente analisar, perceber a pronúncia de cada termo falado; é algo automático). É como se meus olhos e meus ouvidos linguísticos foram abertos e destampados, respectivamente.

O que ocorre aqui é aquele velho erro de se querer tirar o cisco do olho do outro, antes de tirar a haste do seu. Eu via, constatava em outros idiomas a relação do escrito com o pronunciado (como o fato de “en” e “in” em francês serem pronunciados geralmente como “an” e “d” e “t” intervocálico em inglês virar “r” vibrado na pronúncia).

Por isso afirmo como é interessante notar que fazemos certas com a língua de modo tão automático quanto levantar pela manhã e ir ao banheiro para escovar os dentes. O falante não faz reflexões sobre a língua; fala-se, tal qual comemos e bebemos [taw kwaw kom´ẽmuzi bєb´ẽmus].

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