Marlon muebeitoa yu ajue beisie.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

O Princípio do Fim

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.(Bíblia, Novo Testamento, Evangelho de Mateus, cap. 24, v. 11 a 13)

Temos vivido tempos em que “amor” tornou-se sinônimo “ódio”. Quantos casos a mídia já tem veiculado, retratando pessoas que cometeram os mais terríveis crimes, entre este o homicídio, e alegam terem feito por amor. Infelizmente o que deveria ser normal é considerado incomum; o que deveria ser anormal é visto como rotineiro.

Prova disto é a reação das pessoas diante de um ato de solidariedade, compaixão, fraternidade e benevolência por parte de outro indivíduo: as pessoas celebram muito lisonjeadas, parabenizam o herói ou a heroína pela bondade, e elogiam, ovacionam até não poderem mais o autor ou a autora daquele simples gesto de cidadania demonstrado. Estes mesmos seres quando passam por bêbados, drogados, prostitutas, mendigos, pobres, vendedores ambulantes, meninos de rua e outros, nem sequer notam sua presença, nem muito menos se condoem, ou sentem-se profundamente tristes ao ver aquela situação deprimente de outro semelhante seu.

Todos nós temos nos esforçado tanto para construir nosso próprio reininho particular. Dia após dia em nossas mentes a maior preocupação é alcançar o tão sonhado ou tão bem remunerado cargo empregatício, no serviço privado ou preferencialmente no público, o carro mais acessível ou desejado possível, a conclusão dos estudos e os mais altos títulos e condecorações acadêmicas, o bem-estar de nossos filhos e a integridade de nossa própria família, a reforma da casa, a aquisição de alguns outros bens, o aumento da renda mensal, as viagens a passeio e/ou a negócios, as férias, academia, lazer, descanso e muito mais.

E fica uma pergunta martelando na cabeça de muitos que, como eu, não se encaixam nos moldes socais contemporâneos e que simplesmente se sentem desconfortáveis se assentados por horas a fio na poltrona do comodismo: cadê o amor? Onde se esconde esta sábia decisão, camuflada de sentimento, tão bem descrita em poemas e sempre cantarolado pelos trovadores de hoje e de ontem, desde os primórdios da humanidade? Perdeu-se a noção de que amar é se entregar em prol do outro; renunciar a si mesmo na maior parte do tempo em favor dos que desconhecem qualquer forma de bom sentimento ou que meramente não sabem o que é viver de verdade. Amor é altruísmo; ódio é egoísmo mesclado com egocentrismo.

E quem foi que espalhou a vergonhosa mentira de que o contrário do amor é a indiferença e de que não tem problema importar-se só consigo mesmo e com um pequeno grupo particular de pessoas do seu interesse, sendo que tantos anos atrás o homem mais sábio que já passara pela superfície terrestre havia pregado sobre o verdadeiro sentido da existência humana? Sabemos que somos falhos; mas quem disse que não passaríamos por frustrações na prática do amor?

E o que nos faz melhores que os outros que erraram, a ponto de não querermos perdoar? Onde fica a tolerância e a compreensão de que as pessoas sempre vacilarão enquanto passarem pelo diário processo de readaptação ao amor? Hoje não se entende mais as seguintes palavras de Jesus: Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas (Mateus 7: 12).

Marlon Couto Ribeiro

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